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Ki Tavô

Rabino Uri Lam

O Eterno colocará você por cabeça e não por cauda... em outras palavras: tenha atitude!

Os dias que vivemos neste mês de Elul e logo no início de Tishrei nos convidam a reorganizar a vida e abrir novas perspectivas. Devemos aprender com o passado, sem viver no passado nem do passado. Em uma das versões do Kol Nidrei, na noite de Yom Kipur, somos convocados a pedir que nossas promessas para o próximo ano sejam consideradas nulas – não as do ano que passou, mas do ano que virá. Pressupõe, de modo otimista e amoroso, que aprendemos dos erros do passado e não precisaremos retornar a eles. Ficaram no passado. Do passado fica a gratidão por nossos acertos e a gratidão por termos aprendido com nossos erros.

Ki tavô – literalmente, “pois você virá”. A Torá nos convoca a seguir em frente, a entrar na terra que Deus nos dá para habitar – esta terra é a nossa própria vida. A Torá nos ordena mais: que não retornemos ao Egito. Lembremo-nos dos nossos egitos, para que não se repitam e não fiquemos escravos deles. O Egito ficou para trás. Que entremos de cabeça no futuro; escutemos o que Deus nos diz e sejamos donos do nosso próprio destino. Paradoxal? Talvez.

Ter atitude é podar nossos galhos secos e mortos, é nos cuidarmos, limparmos as folhas secas e aceitarmos novas águas – isso permitirá o nascimento de novos frutos a serem oferecidos em gratidão no ano que está para se iniciar: “Eis que agora eu trouxe os novos frutos da terra que Você me deu, Eterno!... E você se alegrará com todo o bem que o Eterno seu Deus tem dado a você” (Deut. 26:10-11).

Que já nestes dias de Elul, em paz com os erros do passado, possamos nos alegrar com o enorme bem que Deus nos oferece para o ano que está chegando. Que estes dias intensos sejam o prenúncio de anos maravilhosos. Que sejamos, juntos, inscritos no Livro da Vida deste ano em diante.